Loading

7 de fev. de 2009

Discografia | Cazuza

Agenor Miranda de Araújo Neto, ou simplesmente Cazuza, nasceu no Rio de Janeiro, em 4 de abril de 1958, numa família de classe média, filho da costureira Lucinha Araújo e de João Araújo, produtor fonográfico da Odeon e fundador do selo Som Livre.




Agenor Miranda de Araújo Neto, ou simplesmente Cazuza, nasceu no Rio de Janeiro, em 4 de abril de 1958, numa família de classe média, filho da costureira Lucinha Araújo e de João Araújo, produtor fonográfico da Odeon e fundador do selo Som Livre. O fato de o pai ser um conhecido produtor musical foi determinante para que Cazuza crescesse ouvindo, sobretudo, música brasileira. Nos anos 70, entretanto, descobriu o rock’n’roll durante uma temporada em que viveu na Inglaterra e tornou-se fã de grandes ídolos do movimento, como Janis Joplin e Led Zeppelin.

Demorou algum tempo para perceber que seria a música o seu caminho. Antes de se dar conta do fato, trabalhou na Som Livre, estudou fotografia e atuou em peças de teatro, onde, aliás, descobriu sua real vocação.

A juventude de Cazuza foi de boemia e agitada vida noturna. O jovem Agenor passou no vestibular, mas abandonou o curso de Comunicação apenas um mês depois de tê-lo iniciado.


Morou nos EUA e quando voltou, em 1980, o amigo Léo Jaime o apresentou para algumas pessoas que se tornariam seus maiores parceiros na carreira: Roberto Frejat (guitarra), Dé (baixos), Maurício Barros (teclados) e Gutti Goffi (bateria), todos integrantes da banda Barão Vermelho, um dos maiores sucessos da primeira metade dos anos 80, da qual Cazuza foi o vocalista.

Até o sucesso, contudo, a banda percorreu o mesmo difícil caminho de todos os grupos musicais. Tocavam em teatros, a divulgação era difícil e as pedras no caminho, enormes. Um dia, o produtor Ezequiel Neves teve acesso a uma demo do grupo e a encaminhou ao diretor artístico da Som Livre, Guto Graça Mello. Ambos, Ezequiel e Mello tiveram que convencer João Araújo a produzir a banda do próprio filho.

Com produção humilde e barata, o disco foi gravado às pressas, mas mesmo assim agradou a toda a classe artística. A música que encabeçava esse trabalho “Tudo que Houver Nessa Vida” foi gravada por Caetano Veloso, tempos depois.

O compositor Cazuza já começava a mostrar seu talento. O lado poeta do artista juntava-se ao cantor talentoso, ao jovem rebelde e ao assumido bissexual. Suas letras falavam de dor, sofrimento, angústias e paixões e as melodias misturavam baladas, blues e rock. Essa combinação obteve forte impacto e a banda explodiu, anos depois, nas paradas.

“Barão Vermelho 2”, como o próprio título diz, foi o segundo disco da banda, lançado em 1983, que manteve a qualidade de repertório do disco anterior e continuou chamando atenção para o grupo. Esse trabalho também consolidou definitivamente a parceria de Cazuza e Frejat.

“Bete Balanço”, música encomendada como tema de abertura do filme homônimo, de Lael Rodrigues, foi o primeiro grande sucesso do grupo. Curiosamente, essa música foi gravada inicialmente em compacto e só depois incluída no terceiro disco do Barão Vermelho, “Maior Abandonado”, que vendeu mais de 60 mil cópias.

O ano de 1985 foi determinante na vida de Cazuza. Ele decidiu abandonar o grupo e se aventurar em carreira solo com o álbum “Cazuza”. O repertório do disco é composto de parcerias com Ezequiel Neves, Leoni, Reinaldo Arias e claro, Roberto Frejat, de quem continuou amigo e parceiro até o fim da vida.

A bem sucedida carreira solo teve cinco discos em quatro anos, shows mais bem elaborados e público cativo. Cazuza já sabia, nessa ocasião, que estava doente. Um novo exame confirmou o vírus da Aids. Cazuza foi o primeiro artista brasileiro e um dos poucos, até hoje, a confirmar publicamente seu estado de saúde, colaborando, assim, para a campanha de conscientização sobre a doença e seus efeitos. Uma grande revista de circulação nacional explorou o estado do cantor, estampando na capa sua foto e as conseqüências desastrosas que a doença provocava na aparência das pessoas. Essa capa e o conteúdo da matéria gerou grande polêmica e discussão ética na imprensa nacional.

A maneira como encarou e se posicionou em relação à Aids fez dele um símbolo de luta e amor à vida. Shows, discos e internações para tratamento passaram a fazer parte de sua vida e de sua obra. O disco “Ideologia”, de 1987, falava de suas experiências com a perspectiva da morte, além de tocar em assuntos relacionados a questões sociais do país, uma preocupação constante no trabalho do letrista.

Prêmios também não paravam de chegar e, embora a doença avançasse, a criatividade e irreverência de Cazuza continuaram aguçadas. O show “Ideologia”, que teve a direção de Ney Matogrosso, viajou por todo o país e foi transformado em programa pela TV Globo, resultando no disco “Cazuza ao Vivo, o Tempo não Pára”, que atingiu a marca de mais de 560 mil cópias vendidas, o maior êxito em vendas de sua carreira. O álbum duplo “Burguesia”, seu último disco, foi lançado em 1989.

Após sua morte, no Rio de Janeiro, aos 32 anos, em 07/07/90, Lucinha Araújo, sua mãe, criou a Sociedade Viva Cazuza, que ampara e dá apoio a crianças portadoras do vírus HIV.

Em 1991, Ezequiel Neves produziu um disco póstumo com gravações de Cazuza, que haviam ficado fora de discos anteriores, o álbum “Cazuza Por Aí”.

Até hoje, muitos astros da MPB regravam Cazuza, que deixou algumas músicas inéditas. A mais famosa delas, “Poema”, é uma homenagem à Dona Alice, avó materna. A canção foi encontrada e gravada alguns anos depois por Ney Matogrosso. Em 2004 foi lançado o filme “Cazuza” para contar a vida e a trajetória artística do polêmico compositor. No mesmo ano, a trilha sonora do filme foi reunida no CD “O Tempo Não Pára”, trazendo 14 sucessos do cantor, como a consagrada “Ideologia”, “Vida Louca Vida” e “Faz Parte do Meu Show”, com participações de Barão Vermelho, Caetano Veloso e dos atores Daniel de Oliveira e Leandra Leal.

.

DISCOGRAFIA

.

1985 - Exagerado

1987 - O Poeta Está Vivo

(Teatro Ipanema)

.


1987 - Só Se For à Dois

1988 - Ideologia

.


1988 - O Tempo Não Pára (Ao Vivo)

1989 - Burguesia

.


1991 - Por Aí

1998 - Remixes

.



Digg Google Bookmarks reddit Mixx StumbleUpon Technorati Yahoo! Buzz DesignFloat Delicious BlinkList Furl

0 comentários: on "Discografia | Cazuza"

Postar um comentário